Em Buenos Aires

sábado, 26 de junho de 2010

O Mamãe, Coragem também apóia Dilma

O blog Nas Retinas (http://www.emerluis.wordpress.com/), do jornalista Emerson Luís, declarou apoio à Dilma Rousseff e defendeu o direito do cidadão de apoiar seu candidato, apesar das tentativas do Ministério Público e do TSE de impedir a livre manifestação de pensamento na internet.

Inspirada no Emerson, também decidi declarar aqui apoio a minha candidata. É Dilma para presidente.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Um estranho candidato

Está causando polêmica nos Estados Unidos a indicação de Alvin Green como candidato democrata ao senado americano pela Carolina do Sul. Até ser escolhido com 59% dos votos, Green era um completo desconhecido.

Ele tem 32 anos, está desempregado desde que foi expulso do exército, responde processo por mostrar pornografia na internet e mora com o pai.

O que ninguém consegue explicar é como Green foi indicado, sem ter feito campanha nem possuir, ao menos, página internet.

Matéria publicada na última semana no Wall Street Journal mostrou, por exemplo, um eleitor que afirmava ter votado no candidato por ele ser o primeiro na chapa e outro pela sonoridade do nome.

Especula-se ainda que o candidato tenha sido plantado nas prévias democratas pelos republicanos. Um dos motivos é o pagamento de uma taxa de 10 mil dólares para concorrer, já que Green recorreu a um defensor público para se defender das acusações de pornografia por não ter condições de pagar um advogado.

Na minha dissertação eu tento (e é mera tentativa), se não explicar, pelo menos apontar alguns aspectos do complexo sistema eleitoral americano.

As indicações dos candidatos ocorrem em prévias e primárias estaduais, que podem ser fechadas – nas quais só votam eleitores registrados nos partidos – e abertas - em que os eleitores podem participar da escolha de qualquer partido. É o caso da Carolina do Sul.

Os republicanos poderiam, portanto, ter plantado Alvin Green como candidato e ainda garantido os votos para indicação. A hipótese parece improvável, mas não é impossível.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Nem só de alegrias se faz uma mãe

O que eu tento mostrar aqui é que a maternidade pode (e deve) ser vivida de uma forma tranqüila. Mas é claro que o caminho também é cheio de percalços. Por isso, hoje, resolvi falar um pouco das dificuldades.

No primeiro mês do Tomás, eu ficava noites inteiras acordada e amamentando. Mesmo assim, ele não parava de chorar. Só depois de alguns dias descobri que o problema era fome.

Passei a dar mamadeira e aí vieram os gases e a prisão de ventre. E haja massagem e luftal! Também faço pausas durante a alimentação para ele arrotar e o deixo pelo menos dez minutos na posição vertical depois de comer, porque o refluxo piorou (mais um ponto para o leite materno).

O frio, que neste ano chegou bem mais cedo, me angustia um pouco. Durante as madrugadas fico dividida entre tirar a roupa para trocar a fralda ou esperar mais um pouco e deixá-lo molhado. Às vezes agasalho demais e em outras de menos, mas sempre pensando em fazer o melhor.

Diante das dúvidas e da pouca experiência, acho que já fiz o Tomás passar fome, sede, frio, calor.. . O consolo é pensar que ele não vai lembrar de nada disso. E além do mais, viver não é mesmo fácil pra ninguém e ele precisa se acostumar.

O Tomás já completou dois meses e pela segunda vez dormiu a noite quase toda. Já dá uma sensação de que ele está crescendo e que o tempo passa mais rápido do que a gente pensa.

Nas horas mais difíceis eu tento lembrar que cada momento é único, cada noite mal dormida não vai se repetir e por isso precisa ser curtida. Ele só teve um mês uma vez e só vai ter dois meses uma vez também. E daqui a uns dezesseis anos, vou ficar acordada esperando ele voltar da farra e com certeza vou ter saudade das noites insones, mas a dois, de hoje.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pé na estrada

O meu mineirinho, que nasceu no dia de Tiradentes, já fez sua primeira viagem. Advinhem para onde? Para a cidade histórica de Tiradentes.

Um tio do César convidou para a festa de seus 70 anos em Juiz de Fora e na véspera apareceu uma pauta em Tiradentes. Decidimos então que já era hora de o Tomás (com 50 dias) colocar o pé na estrada e seguimos viagem para as duas cidades.

O mais complicado de viajar com o Tomás é a bagagem. Levamos carrinho, cadeirinha, roupinhas, sapatos, cobertor, fralda, esterizador de mamadeiras, garrafa térmica e por aí vai.

No carro, ele dormiu o tempo inteiro e precisou ser acordado algumas vezes para mamar. As temperaturas mais baixas que em Beagá me deixaram um pouco apreensiva, mas nada que algumas camadas de roupa não resolvessem. Fizemos até turismo enquanto o César trabalhava.

O Tomás suportou bem os deslocamentos e o frio. Acho que teve apenas um pouco mais de refluxo que o normal. No final do mês, seguimos pra Fortaleza e será a primeira viagem dele de avião. Aliás, primeira depois de nascer, pois como lembrou uma amiga, ele começou a viajar quando ainda estava na barriga.

Ai que frio!















E o inverno ainda nem começou...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Realidade Mulher


Outro dia o César chegou em casa com um mimo pra mim. Uma reimpressão da Revista Realidade publicada em 1967 sobre “A mulher brasileira”. Pra quem não sabe, a revista era assim mesmo, cada edição tratava de um tema específico.

Adorei o agrado, mais até do que ele tinha pensado. Devorei a revista, sem conseguir parar de ler. (Parando, claro, quando o Tomás solicitava).

A edição faz inveja a muita publicação atual e trata a temática feminina com mais clareza e menos preconceito do que grande parte das matérias que lemos e assistimos no dia 8 de março.

De qualquer maneira, a minha idéia não é teorizar sobre a forma como a questão é tratada ou as opiniões são apresentadas, mas apenas dividir alguns aspectos que considero interessantes.

A revista em questão foi censurada por “ser ofensiva à dignidade e à honra da mulher” e ficou somente poucas horas nas bancas. A principal causadora da proibição foi uma reportagem sobre parto normal.

A publicação trata ainda da superioridade da mulher e do corpo feminina. E apresenta testemunhos como “Eu me orgulho de ser mãe solteira” ou “Confissões de uma moça livre”.

A mãe solteira tem orgulho, mas não coragem de mostrar o rosto. Ela quer preservar a filha. A moça livre em questão é a atriz Itala Nandi. Na entrevista ousada, ela descreve e critica padrões morais existentes.

Segundo ela, “a única liberdade de que goza a mulher brasileira é escutar o homem, curvando a cabeça. Ela não participa de nada, não sabe de nada. E não porque não quer, mas porque não pode.”

Em outro trecho, menciona um diálogo com a mãe sobre uma possível gravidez: “Minha filha, que vergonha, que humilhação: imagine em Caxias do Sul, os amigos do seu pai, as suas amigas, receberem a notícia de que você teve um filho com um homem que não é seu marido?“.

Mas o ponto alto da edição é uma pesquisa realizada pelo Inese (instituto de pesquisa da época) com 1.200 mulheres.

Algumas perguntas e respostas continuam atuais. Outras se tornaram inconcebíveis. Por exemplo: “A senhora admite ter relações de amizade com pessoas desquitadas?”, “Acha justo casar sem amor só para reparar o mal?” ou “Uma mulher decente pode gostar de sexo?’’.

Um dado alarmante ou no mínimo curioso da pesquisa é o de que uma em cada quatro mulheres respondeu já ter provocado um aborto. Consequência talvez do preconceito contra as mães solteiras e do ainda pequeno uso de métodos anticoncepcionais. Segundo a pesquisa, caso a igreja permitisse, o número de mulheres que tomam pílulas dobraria.

Se algumas respostas são conservadoras, outras nem tanto. A grande maioria admite o aborto, como já mencionado, não considera a prostituição um crime e gostaria sim de ter estudado mais.

Não custa dizer que todos os jornalistas da revista eram homens. E que não dá pra invejar em nada a vida das nossas avós.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Um outro olhar

Eu costumo dar pelo menos uma olhada nos sites da Aljazeera principalmente e de outros veículos do mundo árabe para encontrar enfoques diferenciados sobre determinados assuntos.

Recentemente, li um artigo do Sami Moubayed, editor-chefe da Foward Magazine, da Síria, sobre o acordo entre o Brasil, a Turquia e o Irã.

O tema já está meio batido e agora deve sair um pouco da pauta, depois do ataque israelense à frota humanitária turca. De qualquer forma, vale a pena conhecer como a questão é tratada fora da nossa mídia ocidental.

Para o editor, o acordo é sim muito significante. Primeiro, porque reforça a influência de nações emergentes como o Brasil. Segundo, porque toda a discussão aconteceu independente dos Estados Unidos.

O artigo defende veementemente que os propósitos do enriquecimento do urânio pelo Irã são medicinais. E afirma que o problema do acordo ter sido mal visto foi, dentre outras coisas, a condução por um país latinoamericano, o que enfureceu o governo americano.

O sírio lembra um provérbio árabe para dizer que Brasil e Turquia queriam as uvas e não apenas brigar com o vigia. Ou seja, o principal foi alcançado.

Por fim, afirma que um país como o Irã, a décima sexta economia do mundo, não pode ser marginalizado por sanções. Os países centrais precisam ser fortes e capazes de enxergar a luz, conclui.

Sem culpa, sem drama, sem radicalismo...


Amamentar é ótimo e todo mundo está cansado de saber que o leite materno é o melhor. Mas nem todas as mulheres produzem quantidade de leite suficiente para amamentar o bebê. E não adianta dizer que quanto mais o bebê mamar, mais leite vai ter. Não foi assim comigo e nem com outras mães que conheço.

Por isso resolvi escrever sobre o assunto, já que o mundo está cheio de radicais da amamentação para encher as mães de culpa.

Na consulta de um mês do Tomás, descobri que ele estava ganhando menos peso do que deveria, apesar de mamar o tempo todo. Sim, eu dava de mamar pela manhã, à tarde, à noite e de madrugada, sem parar. Já estava ficando exausta e achando que ele era muito guloso. Na verdade, o leite era pouco.

Fiquei arrasada. Não me culpei por ter leite insuficiente, mas por saber que tinha deixado meu filho com fome. Depois passou. Conversei com outras mães e descobri que não fui a única e que é exatamente a pressão da amamentação exclusiva que faz com que muitas tenham problemas.

A pediatra orientou complementar com leite em pó e em uma semana ele recuperou o ganho de peso. Continuo dando o peito incansavelmente. Principalmente, porque as fórmulas causam prisão de ventre (agora acho que encontrei uma que causa menos problema) Mas às vezes depois da mamada ele fica irritado e só acalma com a mamadeira. Paciência!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Truculência desproporcional

As imagens do ataque a "flotilla" humanitária divulgadas por Israel com a intenção de justificar o injustificável apenas reforçam o caráter desproporcional da violência dos judeus contras os muçulmanos.

Os ativistas turcos e de mais 19 países foram acusados de serem terroristas internacionais. Vale lembrar, por exemplo, que lá estavam uma cineasta brasileira e um sobrevivente do Holocausto.

Segundo Israel, os ativistas atacaram com barras de ferro, estilingues e bolinhas de gude. Considerando que isto seja verdade, seria mesmo normal alguma reação de um grupo de pessoas num navio surpeendido por helicópteros e soldados armados com pistolas. E desde quando estilingue e bola de gude podem ser consideradas armas a não ser em brincadeiras infantis?

A luta é desigual, as armas e as reações também. Mesmo que desta vez a ONU tenha condenado a ação de Israel, ninguém pensou em incluí-lo no eixo do mal ou tratá-lo como risco à humanidade. E os Estados Unidos mais uma vez foram complascentes, como sempre acontece em relação a esse lado do conflito.