Em Buenos Aires

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Para os amantes da fotografia

Quem adora fotografia como eu não podia estar em lugar melhor nos próximos dias que em Buenos Aires. Não apenas porque a cidade é inspiradora e dá mesmo vontade de sair clicando por toda parte, mas também porque amanhã (26) começa o oitavo Buenos Aires Photo, maior festival de fotografia da América Latina, no Centro Cultural Recoleta.

A mostra vai expor fotos de mais de 30 galerias da Argentina, Peru, Uruguai, Espanha, Bolívia e Estados Unidos. Os organizadores prometem os mais variados estilos e tendência da fotografia contemporânea.

O destaque deste ano é o fotógrafo catalão Joan Fontcuberta que vai ter uma sala exclusiva para a exibição de seus trabalhos mais famosos e ainda fazer uma palestra para o público.

Fotografias inspiradas em temas atuais como sustentabilidade e cultura pop vão dividir espaço com obras do passado de nomes como Annemarie Heinrich, Grete Stern e Horacio Coppola. Pena que dura pouco, só até  segunda-feira (29).

A obra de Coppola pode ser conferida também até 10 de novembro na galeria Jorge Mara, pertinho da livraria Ateneo. São 84 fotos de um dos mais famosos fotógrafos argentinos, que morreu em junho com 105 anos.

E já que falei lá em cima que Buenos Aires é mesmo inspiradora, vale dizer que a mostra é centrada especialmente em registros de espaços urbanos também do Rio de Janeiro e de cidades européias (todas inspiradoras, diga-se). O uso das sombras e da profundidade das fotos chama a atenção na obra.

Não à toa, afinal Coppola teve uma longa vida, ele é considerado o fotógrafo que registrou quase um século de história da capital portenha. Muitas das imagens diferem do cenário atual apenas pelos carros, roupas, publicidade. Ou seja, a memória aqui parece mais preservada.

Virando a esquina, logo na saída da exposição, nos deparamos um prédio demolido para construir outro no lugar, mas com a fachada intacta. Talvez não seja mera coincidência.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Lula encontra Cristina e lideranças políticas em Buenos Aires


Por Marina Mota | Valor

BUENOS AIRES - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou-se nesta quarta-feira por pouco mais de duas horas com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na Casa Rosada, em Buenos Aires. Antes do almoço, que também teve a presença do embaixador do Brasil no país, Ênio Cordeiro, e do presidente do Instituto Lula, Luiz Dulci, o ex-presidente e a mandatária argentina conversaram reservadamente.

Da Casa Rosada, Lula seguiu direto para Mar del Plata, no litoral argentino. Logo mais à noite, ele fará uma palestra paga no Colóquio Idea, principal foro de empresários da Argentina.

Nesta manhã, o ex-presidente brasileiro se reuniu no Hotel Palácio Duhau, no Bairro da Recoleta, com lideranças políticas e sindicais argentinas aliadas ao governo de Cristina.

Segundo a assessoria de imprensa, Lula comentou o êxito do PT e da base aliada no primeiro turno das eleições municipais. Ainda de acordo com a assessoria, ele também discutiu uma proposta de integração latino-americana do ponto de vista da sociedade civil e a necessidade de uma doutrina para avançar em relações além das comerciais.

A visita à Argentina ocorre em data emblemática para o Peronismo, corrente da qual Cristina Kirchner faz parte. Os militantes recordam nesta quarta-feira o 17 de outubro de 1945, marcado por diversas manifestações comandadas pela então primeira-dama Eva Perón para libertar Juan Domingo Perón da prisão.

Esta é a segunda viagem ao exterior do ex-presidente Lula, depois do diagnóstico de câncer na laringe em outubro de 2011. A primeira foi ao México para uma palestra no evento “México Século XXI”, no dia 21 de setembro. Na ocasião, não houve encontro com o presidente daquele país, Felipe Calderón.

Na volta ao Brasil, Lula retoma a agenda eleitoral com uma série de atividades de apoio aos candidatos petitas, que disputam o segundo turno. Na sexta-feira (19), participará de comícios em Santo André e Mauá, no ABC paulista, no sábado (20), em Campinas e São Paulo, na terça (23), em Fortaleza e João Pessoa e na quarta (24), em Salvador.

(Marina Mota / Valor)

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Teatrinho para bebê ou danza a upa

Upa é o mesmo que dar braço ou colo. O Tomás, que mistura muito os dois idiomas, às vezes pede do nosso jeito e em outras à moda argentina. Eu acho lindo quando ele diz: mamãe, quero upa (assim mesmo, em português e espanhol ao mesmo tempo).

E Danza a Upa é um espetáculo de teatro concebido para bebês de oito meses a três anos. É curto, só dura meia-hora e tem muita cor e movimento. Eu achei que o Tomás ia ficar meio inquieto e ficou mesmo, mas só até a peça começar. Aí, assistiu quietinho e boquiaberto.

O local da apresentação chama Teatro del Angel (achei lindo o nome). No site deles, diz que é o primeiro teatro para bebês da Argentina (não sei se tem um lugar assim no Brasil, mas deveria). As arquibancadas são baixas para que os pequenos possam subir e descer e tem colchonetes espalhados pelo chão. Ou seja, seguro até para os mais levados como o meu filho.

Fomos conhecer este teatrinho no dias das crianças argentino, em agosto. Amanhã, é dia das crianças no Brasil e eu espero comemorar com o Tomás da mesma forma, com um passeio legal, carinho e atenção. Quem sabe um pique-nique, um cinema ou outro teatrinho? Ainda não escolhi o passeio, mas programação cultural e infantil por aqui é o que não falta.

O que certamente não vai ter no dia das crianças dele (na data brasileira ou na argentina) é presente caro. Não sou a favor de estimular o consumismo e na minha vida atual, nem tem espaço pra isso. Daqui um ano ou dois, vamos embora e quanto menos coisa pra levar, melhor.

Sempre estraguei os afilhados e filhos de amigos, então, deixo esta missão para os avós e tios do Tomás. De mim, ele recebe educação, atenção, muito amor e carinho. Ah, e upa também.

A gente brinca, cozinha e cuida das plantas juntos, faz acampamento na sala de casa, dança, canta, vai ao cinema, ao teatro, ao parquinho. Já transformamos uma caixa de ar-condicionado em teatro de fantoche, fizemos bonecos com rolos de papel higiênico, boliche com garrafa de água e pintamos (ou melhor, sujamos) a casa de tinta várias vezes. E quer saber? Acho que é mais divertido assim.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Sorria, você está em Buenos Aires

Tomás com a Mafalda

Até quem não é fã de quadrinhos, pelo menos, já ouviu falar no argentino Quino – mais famoso cartunista do país – e na sua Mafalda – a menina contestadora e preocupada com a paz mundial, que nasceu nos anos 1960 e ganhou notoriedade em todo o mundo.

Os turistas que visitam Buenos Aires fazem fila para tirar fotos com a estátua da pequena notável na esquina das ruas Defensa e Chile, no bairro de San Telmo.

Mas agora Mafalda não está mais sozinha. Ganhou a companhia da escultura de outro personagem, o playboy argentino Isidoro Cañones, criado por Dante Quinterno.

Nos próximos meses, outros personagens, como Larguirucho, de M. García Ferré, e Clemente, de Caloi, também vão ganhar “corpo” nas ruas da capital portenha formando o Paseo de la Historieta. A última estátua do Paseo vai ser do personagem atual e campeão de vendas de livros, Gaturro, do cartunista Nik.

O novo circuito turístico vai ter seis quarteirões, saindo da estátua da Mafalda e seguindo em direção a Puerto Madeo, onde foi lançado recentemente o Museu do Humor gráfico argentino. A ideia é atrair os curiosos até o Museu, que foi inaugurado no prédio (lindo!) de uma antiga cervejaria, La Munich.

Achei o lugar mal cuidado, principalmente, por ter sido inaugurado há tão pouco tempo. Mas vale a visita, até porque fica no Puerto Madero entre o canal onde estão os restaurantes (parada certa dos visitantes) e o Parque da Costanera Sur (pouco conhecido dos turistas, mas adorado pelos portenhos).

No Museu, dá para conhecer um pouco da história do humor gráfico argentinos desde o século XIX até os dias de hoje. Pra mim, ficou faltando a Maitena e suas “mulheres alteradas”, talvez por uma questão de mera identificação.

Pra quem vier por aqui, fica a dica: conhecer um pouco da tradição humorística argentina e sorrir. Aliás (sou suspeita pra falar, porque adoro a cidade), estar em Buenos Aires já é um bom motivo para sorrir.
Fachada do Museu do Humor