Em Buenos Aires

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Cinco anos depois do Katrina

As matérias na mídia americana demonstram um certo otimismo em relação à recuperação de Nova Orleans, cinco depois do Katrina.

Falam de reencontros, reconstrução e engajamento. Mas também mostram vidas que jamais vão se recompor. Familiares que desapareceram. Gente que não consegue reconstruir o que perdeu.

Estive em Nova Orleans em 2002, realizando um desejo antigo. A palavra que melhor definia a cidade naquele época era vibrante.

Havia um jazz em cada esquina. Pessoas cantando, dançando e uma comida cajun maravilhosa, parecida com a baiana, por sinal.

Na verdade, é possível dizer que Nova Orleans tinha alguma coisa de Brasil. Porque era justamente a mistura de raças e de culturas que tornava a cidade vibrante.

Hoje, estima-se que pelo menos um quarto da população não voltou pra casa. E os que não voltaram foram principalmente os mais pobres, negros e mestiços.

É claro que é uma grande conquista a reconstrução de casas, escolas, hospitais... Ainda mais levando em conta o descaso inicial.

Mas também existem coisas imateriais a serem reconstruídas. A alegria e a confiança de um povo. A vibração de uma cidade.

Um dia, eu gostaria de voltar em Nova Orleans e encontrar tudo isso de novo.

Descobrindo as mãos


Acho que o mais fantástico de ter filho é acompanhar o desenvolvimento de uma pessoinha que muda o tempo todo, está sempre descobrindo e aprendendo algo novo e que é capaz de se surpreender com coisas que nem damos importância.

E o Tomás descobriu que tem mãos. No começo, era muito engraçado vê-lo passando uma mão na outra e olhando aquilo encantado.

Depois ele percebeu que era capaz de colocar as mãos na boca, segurar a mamadeira, colocar tudo que aparece na frente na boca e até me segurar para que eu não saia de perto do berço.

O próximo passo foi o abraço. Quando está no meu colo ele me agarra forte. E como aprende rápido, também já sacou que pode gritar pra não desgrudar de mim.

Nada pode ser mais maravilhoso do que o amor de um filho, mas eu continuo no meu propósito de deixá-lo ser um menino forte e independente. Por isso, os gritos não me dobram. Tem hora pra ficar no braço da mamãe, mas também pra ficar sozinho no carrinho ou no berço, porque a mamãe não é de ferro.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Aquele dia 25 II

Hoje faz um ano que descobri que estava grávida. Como já escrevi num post anterior, com o mesmo título, todos os dias 25 são especiais pro César e pra mim, mas aquele 25 de agosto a gente nunca vai esquecer.

Mais tarde vamos comemorar. Afinal, nosso filho foi a melhor suspresa e o melhor presente que a vida poderia nos dar.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Obama e o Iraque

Se Bush ficou com o ônus de ter invadido o Iraque, com certeza Obama leva o bônus por prometer e cumprir a retirada das tropas do país.

Depois de alguns adiamentos, agora foi pra valer. O porta-voz do governo iraquiano chegou a admitir que o exército do país não estava completamente preparado, mas que contaria com a ajuda dos países vizinhos para manter a segurança.

A saída do Iraque é importante para o governo Obama por ser uma das principais promessas de campanha. E vale dizer que poucas foram cumpridas até agora. A prisão de Guantánamo continua funcionando e o índice de desemprego atingiu um novo recorde nos últimos dias.

O sentimento de esperança parece se desmaterializar entre os americanos e a popularidade do Presidente fica cada dia menor.

Na minha dissertaçao de mestrado, analisei a cobertura da eleição de Obama. Naquela época, a palavra que permeiou e sintetizou todo o processo foi mudança. E a frustração percebida hoje parece ser proporcional ao entusiasmo do período.

Mas a saída do Iraque é importante principalmente para os iraquianos. O resultado das últimas eleições foi apontado por especialistas como prova de que o país está no caminho para uma democracia.

Aqueles favoráveis à guerra (se ainda são) podem até usar esse argumento. Mas é bom lembrar que o custo foi alto demais. Destruiçao e vidas humanas perdidas. E esta conta, ninguém vai pagar.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O mar


Sempre que eu penso em casa (sim, porque o lugar de onde a gente vem nunca deixa de ser a casa da gente), é o mar que me vem a cabeça. Sinto falta do cheiro do mar, do barulho do mar, de sentir a água do mar.


Por isso, na primeira oportunidade levei o Tomás para conhecer o mar, um dia antes dele completar três meses. Coisa de mãe pouco prudente. Mas se eu gosto tanto, ele também deve ter gostado.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Não dá para adiar a viagem, Tomás já tem três meses de idade

O motivo de ter ficado um pouco ausente do blog foram as viagens com o Tomás para visitar as famílias em Fortaleza e São Paulo.

Ficamos mais de um mês fora, cheios de mimos e carinhos de avós, tios, amigos. Agora estamos de volta. E ele já tem três meses. Como passa rápido..

O meu receio em relação ao avião, ele tratou logo de contornar. Dormiu o tempo todo e só abriu os olhinhos algumas vezes para distribuir sorrisos para as aeromoças e passageiras. Um conquistador esse meu filho.

Na volta de São Paulo de carro, ele também se comportou muito bem. E olha que foram quase nove horas. Às vezes, até brinco que o Tomás não parece bebê, já nasceu menino.

Neste mês, o Tomás aprendeu a brincar com as mãos e segurar coisas. Agora, ele sorri e grita o tempo todo e já dorme a noite inteira. Também conheceu o mar, mas este é tema para um próximo post.

As avós ficaram cheias de saudade e eu voltei para a minha rotina de mãe em tempo quase integral, por enquanto. Com alguns intervalos para leituras e este blog.