Em Buenos Aires

segunda-feira, 29 de março de 2010

Caminho para a democracia

Foto: El País

A vitória da oposição nas eleições iraquianas não chega a surpreender. Os resultados preliminares já apontavam uma diferença apertada entre os grupos de Iyad Allawi e do premier Nuri Al Maliki, indicando que nenhum alcançaria número suficiente de cadeiras no Parlamento para formar o fututro governo sozinho.

Os oposicionistas, do Movimento Nacional Iraquiano, conquistaram 91 das 325 cadeiras e o bloco do governo 89. 

Allawi é um xiita secular, que defende o Estado laico. Conseguiu atrair xiitas e sunitas, inclusive, remanescentes baathistas. Para montar a próxima coalizão, vai precisar ainda do apoio dos curdos e do atual governo. O que pode ser a verdadeira prova de fogo da nova democracia.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Boas-vindas

Estamos ansiosos com a chegada do Tomás. Esta noite, eu não dormi, nem o César. E o Tomás mexeu o tempo todo; às vezes parece um polvo. Pelo visto, ele também está com vontade de sair logo.

Por isso, hoje lhe desejamos as boas-vindas.

Boas-vindas
Caetano Veloso

Sua mãe e eu
Seu irmão e eu
E a mãe do seu irmão
Minha mãe e eu
Meus irmãos e eu
E os pais da sua mãe
E a irmã da sua mãe
Lhe damos as boas-vindas
Boas-vindas, boas-vindas
Venha conhecer a vida
Eu digo que ela é gostosa
Tem o sol e tem a lua
Tem o medo e tem a rosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a noite e tem o dia
A poesia e tem a prosa
Eu digo que ela é gostosa
Tem a morte e tem o amor
E tem o mote e tem a glosa
Eu digo que ela é gostosa
Eu digo que ela é gostosa
Sua mãe e eu
Seu irmão e eu
E o irmão da sua mãe

quarta-feira, 17 de março de 2010

Indefinição no Iraque


A coalizão que vai governar o Iraque quando da retirada das tropas americanas ainda parece longe de ser definida. Na última parcial, divulgada hoje (17/03), a oposição, liderada pelo ex-premier Ayad Allawi, passou na frente do primeiro-ministro Nouri Al Maliki.

A disputa é apertada e as acusações de fraude partem de todos os lados. Como eu já havia afirmado, o comparecimento eleitoral não pode ser apontado como único indicador de consolidação da democracia iraquiana.

Cerca de 6.200 candidatos de 80 grupos políticos disputam as 325 cadeiras do Parlamento. Seja qual for o resultado, vai ser necessário montar uma coalizão, acomodando interesses e facções diversas. O que pode ser bom para um país que precisa incluir as minorias para construir uma democracia.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Notícias do Tomás

Tenho algumas novidades. O Tomás mede agora 44 cm e pesa 2,4 kg. Bom, mas isso não quer dizer que ele já está pronto para nascer. Mesmo assim, o meu artilheiro apressadinho deu sinais de querer vir logo pra este mundo.

Bom, a médica recomendou repouso pra ver se conseguimos adiar um pouco mais o parto. Estou tentando, mas confesso que é difícil.

Esta é a 34a. semana e provavelmente ele não terá problemas se nascer agora, mas é melhor que espere até a 37a. Eu nasci de 36 semanas, com 2,6 kg. Vai ver ele puxou a mãe.

quarta-feira, 10 de março de 2010

As eleições iraquianas

Amanhã (11/3), deve sair a primeira parcial das eleições iraquianas realizadas no último domingo (7/3). Independente do resultado, o que está em cheque é a consolidação da democracia no país.

Os líderes mundiais consideram o comparecimento eleitoral de 62,4%, apesar dos atentados que deixaram 38 mortos, como sinônimo de sucesso eleitoral. Bom, o número é menor que o de 2005, quando 76% dos eleitores participaram da votação, mas esta não é a questão.

Penso que democracia não pode ser sinônimo apenas da escolha dos representantes por meio do voto. Até porque não adianta mudar a forma de escolha, se, na maioria das vezes, são as mesmas oligarquias que continuam no poder. E neste caso, não me refiro apenas ao Iraque. É preciso sim garantir mecanismos para incluir os grupos minoritários. O que vale especialmente para o Iraque, já que há sérias divisões entre xiitas, sunitas e curdos no país. Inclusão seria um bom começo para amenizar as diferenças.

Outra questão precisa ainda ser considerada. Proclamar o fortalecimento da democracia iraquiana é uma forma de legitimar a invasão americana de 2003. O preço pode ter sido muito alto. O que se espera é que com a retirada das tropas dos Estados Unidos, o Iraque volte a caminhar com as próprias pernas.

As eleições não marcam um fim, mas um começo. É o resultado das urnas que pode apontar para a formação de um governo capaz de acomodar grupos diversos e aliviar as tensões.

Músicas para o Tomás

Eu sempre ouvi dizer que crianças que escutam música ainda na barriga ficam mais inteligentes. Então, desde o início da gravidez resolvi me empenhar no futuro do meu pequeno gênio.

O Tomás escuta Mozart e Vivaldi (os mais indicados para aumentar o QI), Beatles para bebês, Villa-Lobos para crianças, Louis Armstrong na Disney e canções de ninar.

Outro dia estava lendo uma matéria da Pais e Filhos que confirmou a minha tese. E tem mais: além de estimular a inteligência, a música fortalece os laços entre a mãe e o bebê. Mas é bom evitar batidas fortes e repetitivas, que podem aumentar a ansiedade e o estresse.

Pelo visto, ainda vou ter que ouvir o variado repertório escolhido especialmente para o Tomás por um bom tempo e esperar um pouco mais até introduzi-lo no samba e no rock'n roll.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Celso Amorim e a Aljazeera

O Itamaraty endureceu o discurso ontem (3/3) com Hillary Clinton em relação à possibilidade de sanções ao Irã. Celso Amorim comparou a pressão americana contra o país à que antecedeu a invasão do Iraque em 2003.

Coincidentemente, li hoje no site da Aljazeera um artigo que acusa a mídia dos Estados Unidos de tratar a questão iraniana de forma semelhante à iraquiana.

Como costumamos ter maior acesso a essa abordagem ocidental, resolvi postar aqui alguns dos argumentos da agência árabe de notícias.

Segundo a Aljazeera, o Irã é cercado por potência nucleares, como Paquistão, Índia e Israel, mas apenas o programa persa está sendo questionado por autoridades e imprensa ocidentais.

A emissora argumenta também que o país é uma região relativamente pacífica do Oriente Médio, contrariando as alegações que colocam o Irã no centro do eixo do mal do terrorismo islâmico.

A forma como a mídia americana trata das eleições de junho, como fraudulentas, é comparada às acusações de que o Iraque possuiria armas de destruição em massa. Para a Aljazeera, o que motivou os protestos em Teerã foi o apoio da classe média urbana a Mousavi, enquanto os mais pobres deram votos a Ahmadinejad.

Por fim, o texto afirma que as mortes e destruições no Iraque deveriam ter ensinado uma dolorasa lição: acusar nações inimigas pode contribuir para um enorme sofrimento humano. E prega um tipo de jornalismo, como todos nós sabemos que deve ser: comprometido com os fatos, com justiça e objetividade.

Quem assina o artigo é o jornalista investigativo e escritor americano Robert Parry, ganhador do prêmio George Polk e autor de livros como Lost History: Contras, Cocaine, the Press & "Project Truth." (1999) e Secrecy & Privilege: Rise of the Bush Dynasty from Watergate to Iraq (2004).

terça-feira, 2 de março de 2010

Trajédia no Chile

Neste ano, que mal começou, já fomos surpreendidos com desastres naturais no Haiti, no Peru, na Europa, no Sudeste do Brasil e agora no Chile.

As cenas das trajédias sempre chocam e sensibilizam. Provavelmente, não vamos conseguir esquecer os sobreviventes sob os escombros pedindo ajuda diante das câmeras de TV em Porto Príncipe.

Mas quando as imagens são de lugares onde já estivemos, elas tocam mais profundamente. Senti assim quando acompanhei as matérias sobre o Katrina. Triste ver uma cidade que conheci tão vibrante marcada pela morte e destruição. E me comovo com o acontece no Chile agora, onde passamos bons momentos em agosto passado.

Foi uma viagem de lua-de-mel, a nossa primeira internacional juntos, e, pelas minhas contas, o Tomás deve ter sido feito por lá. O país tem aquele quê de Europa que nós brasileiros adoramos. Frio, vinho, arquitetura antiga e possibilidade de esquiar. Mas o aspecto de primeiro mundo vem também de uma sensação de que as coisas funcionam. E é verdade. O Chile tem alguns do melhores indicadores da América do Sul e o metrô de Santiago é maior que o de São Paulo e que o do Rio.

A única lembrança ruim é dos taxistas que dão um jeitinho de roubar nas corridas. Diante do caos, que não prevaleça esse jeitinho, mas sim o Estado que funciona.

Caras e bocas do Tomás I

Cada ultrassom é uma surpresa, por isso já não vejo a hora de fazer a próxima, no dia 10 de março. Estarei com 33 semanas de gestação e espero que ele já pese perto de dois quilos, afinal eu sinto como se carregasse uns dez.

Na primeira ultrassom, ele era só uma ervilha. Depois virou um microserzinho de 2,7 cm, com um coração que bate forte. Com 13 semanas, ele deu um show. Pulou, deu tchau, colocou o dedo na boca. Será que vai trabalhar em televisão?

Foi na ultrassom de 17 semanas, que soubemos que era menino, com um pinto de 1,4 cm. Sim, eu pedi pro médico medir. Desde o começo, eu sentia que seria um menino e brincava dizendo o Tomás está com fome, o Tomás está com sono... Então, quando tivemos certeza nem tinha mais como pensar em outro nome.

Mas a ultrassom 3d é, sem dúvidas, a mais especial, pois dá pra ver a carinha dele. Eu o achei mais parecido comigo do que com o César. E espero que ele melhore até os 18 anos.
Os closes aí embaixo são deste menino já cheio de charme.

Caras e bocas do Tomás II