Em Buenos Aires

domingo, 18 de dezembro de 2011

Enquanto houver sol


O verão ainda nem chegou, mas o calor já se instalou aqui tem algum tempo. Eu que nasci num lugar onde só existem duas estações do ano, a que chove e a que não chove, confesso que nunca vi muita graça nesta coisa de fritar no sol.

Como boa cearense, gosto mesmo é de banho de chuva, disputo uma vaga para o carro na sombra quando o sinal fica vermelho e adoro passar frio (mas frio mesmo, daquele que a gente fala e sai fumaça pela boca). Mas também, admito, me encanto e fico meio de boca aberta quando tenho a oportunidade de ver as mudanças de estações do ano.

Na primeira vez que morei no exterior, torcia para o inverno não acabar. Mas me diverti bastante quando a primavera chegou e depois o verão. Numa segunda vez, até fiz uma vaquinha com uns amigos para comprar um barco inflável (mas é melhor nem contar o desdobramento dessa história). Mesmo assim, nunca entendi a mania dos americanos de colocar a mesa na calçada e comer no meio do sol. Sempre pensava no que o meu avô acharia daquilo.

Quando cheguei na Argentina estava frio, do jeito que gosto. E isso tornava a vida nova muito melhor. O frio tem, sem dúvida, um certo glamour. É a melhor temperatura para tomar um vinho, um café, fumar um cigarro... Ideal também para longas caminhadas, sem ficar encharcada de suor.

Mas o frio também implica em colocar uma montanha de roupa, carregar casaco, cachecol, não poder sair com criança de casa, etc Então, chegou uma hora que foi dando uma canseira. E aí, veio o calor e junto com ele o cenário da cidade mudou.

Os argentinos começaram a ocupar cada pedacinho de grama de Buenos Aires, disputando um lugar ao sol. Eles aproveitam os parques, as praças e fazem de um tudo lá; se sentem em casa, literalmente. Tem homem de barrigão de fora tomando cerveja no gargalo, mulher de biquini, gente tomando mate (o mesmo que chimarrão), comendo ou fumando um baseado (coisa mais comum do mundo por aqui, a qualquer hora, em qualquer lugar).

Em Beagá, costumam dizer que quem não tem mar vai pro bar. Aqui, quem não tem mar vai pro parque, pra praça ou pra rua mesmo. E não é que pode ser divertido?

Aproveito pra curtir com o Tomás. Já conhecemos quase todos os parquinhos das redondezas. Passeamos, fazemos piquenique, alimentamos os pombos, etc Mas o melhor de tudo isso é que daqui a pouco, quando o calor começar a cansar, o frio vai voltar. E é exatamente por isso que eu adoro as estações do ano.   

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Falando de amor

O amor é um sentimento tão forte que nem precisa de palavras. Muito antes de começarem a falar, as crianças aprendem a linguagem do amor. Beijam, abraçam, dão e recebem carinho. E mesmo sem pronunciar a palavra amor, quando começam a a balbuciar as primeiras palavras, conseguem que um mamã mal pronunciado valha mais que qualquer poema ou novela romântica e compense todas as noites sem dormir.

Eu falo muito de amor e falo a palavra amor repetidas vezes durante o dia. Chamo o César de meu amor, o Tomás de amor da mamãe, falo do meu amor de filha para os meus pais e por aí vai. Falo tanto que o Tomás começou a repetir. Quando digo amor, ele repete "mô" e quando digo te amo, ele tenta imitar dizendo "mamo".

O mais engraçado é quando pergunto quem é o amor da mamãe e ele responde: papai. E quem é a coisa linda da mamãe? Papai. Garoto esperto, que aos poucos vai descobrindo todas as nuances e facetas desta palavrinha tão difícil de explicar ou entender, mas tão fácil de sentir e falar. Tomás, "mamo".     

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Proibido não tocar


O último fim de semana foi longuíssimo; com dois feriados, posse da Cristina e visita da Dilma. Ou seja, César trabalhando muito e eu usando a criatividade para distrair o Tomás por quatro dias, sem escola e sem ajuda nenhuma. E haja passeio no shopping, no parque, na pracinha, banho de mangueira, DVD do Patati Patatá (essa é a pior parte).

Resolvi então seguir a dica de algumas amigas e levar o Tomás ao Prohibido No Tocar, um museu interativo de ciências. E ele adorou!! Quando digo que o Tomás gosta de museu, as pessoas sempre riem e não acreditam, mas ele gosta sim, então, imaginem um museu onde ele pode tocar em tudo e girar e puxar e pisar e sentar.

A proposta do museu é ensinar brincando e atrair curiosos de 4 a 100 anos, mas o Tomás curioso e precoce como é aproveitou bastante com seu pouco mais de 1 ano e meio. Claro que ele ainda não é capaz de entender, mas eu mesma, na maioria das experiências, deixei de lado a explicação e me encantei com as luzes, cores, movimentos.

Além de ser interessante e divertido, o museu fica no Centro Cultural da Recoleta onde sempre há alguma exposição e mostra temporária para conferir. Na frente, tem ainda uma feira de artesanato e ali pertinho, a Igreja de Nossa Senhora do Pilar, o cemitério da Recoleta e uma série de barzinhos e restaurantes. E pra completar, o passeio da nossa casa até lá, pela Avenida del Libertador é uma delícia.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011