Em Buenos Aires

quinta-feira, 4 de março de 2010

Celso Amorim e a Aljazeera

O Itamaraty endureceu o discurso ontem (3/3) com Hillary Clinton em relação à possibilidade de sanções ao Irã. Celso Amorim comparou a pressão americana contra o país à que antecedeu a invasão do Iraque em 2003.

Coincidentemente, li hoje no site da Aljazeera um artigo que acusa a mídia dos Estados Unidos de tratar a questão iraniana de forma semelhante à iraquiana.

Como costumamos ter maior acesso a essa abordagem ocidental, resolvi postar aqui alguns dos argumentos da agência árabe de notícias.

Segundo a Aljazeera, o Irã é cercado por potência nucleares, como Paquistão, Índia e Israel, mas apenas o programa persa está sendo questionado por autoridades e imprensa ocidentais.

A emissora argumenta também que o país é uma região relativamente pacífica do Oriente Médio, contrariando as alegações que colocam o Irã no centro do eixo do mal do terrorismo islâmico.

A forma como a mídia americana trata das eleições de junho, como fraudulentas, é comparada às acusações de que o Iraque possuiria armas de destruição em massa. Para a Aljazeera, o que motivou os protestos em Teerã foi o apoio da classe média urbana a Mousavi, enquanto os mais pobres deram votos a Ahmadinejad.

Por fim, o texto afirma que as mortes e destruições no Iraque deveriam ter ensinado uma dolorasa lição: acusar nações inimigas pode contribuir para um enorme sofrimento humano. E prega um tipo de jornalismo, como todos nós sabemos que deve ser: comprometido com os fatos, com justiça e objetividade.

Quem assina o artigo é o jornalista investigativo e escritor americano Robert Parry, ganhador do prêmio George Polk e autor de livros como Lost History: Contras, Cocaine, the Press & "Project Truth." (1999) e Secrecy & Privilege: Rise of the Bush Dynasty from Watergate to Iraq (2004).

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