Em Buenos Aires

quarta-feira, 10 de março de 2010

As eleições iraquianas

Amanhã (11/3), deve sair a primeira parcial das eleições iraquianas realizadas no último domingo (7/3). Independente do resultado, o que está em cheque é a consolidação da democracia no país.

Os líderes mundiais consideram o comparecimento eleitoral de 62,4%, apesar dos atentados que deixaram 38 mortos, como sinônimo de sucesso eleitoral. Bom, o número é menor que o de 2005, quando 76% dos eleitores participaram da votação, mas esta não é a questão.

Penso que democracia não pode ser sinônimo apenas da escolha dos representantes por meio do voto. Até porque não adianta mudar a forma de escolha, se, na maioria das vezes, são as mesmas oligarquias que continuam no poder. E neste caso, não me refiro apenas ao Iraque. É preciso sim garantir mecanismos para incluir os grupos minoritários. O que vale especialmente para o Iraque, já que há sérias divisões entre xiitas, sunitas e curdos no país. Inclusão seria um bom começo para amenizar as diferenças.

Outra questão precisa ainda ser considerada. Proclamar o fortalecimento da democracia iraquiana é uma forma de legitimar a invasão americana de 2003. O preço pode ter sido muito alto. O que se espera é que com a retirada das tropas dos Estados Unidos, o Iraque volte a caminhar com as próprias pernas.

As eleições não marcam um fim, mas um começo. É o resultado das urnas que pode apontar para a formação de um governo capaz de acomodar grupos diversos e aliviar as tensões.

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