Em Buenos Aires

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O furacão republicano


No noticiário internacional de hoje, a Convenção Republicana, que oficializa a candidatura de Mitt Romney, divide espaço com o furacão Isaac. Estaria talvez mais para democrata este furacão. Mas para sorte de Romney, o pior já passou e, nesta quinta, o discurso do candidato deve atrair todos os holofotes.

Até agora, alguns dos destaques da festa republicana foram as aparições de Ann Romney - a esposa sobrevivente de câncer e de esclerose múltipla com carisma muito maior que o do marido - e Paul Ryan - o candidato a vice, conservador, representante do Tea Party e ex-presidente da comissão de Orçamento do Congresso.

A presença de Ann humaniza o candidato, mas a escolha do vice sinaliza que é mesmo a economia que deve ser a estrela do debate nos próximos meses. "It´s the economy, stupid", já dizia um estrategista de campanha do então candidato Bill Clinton.

Bem que a opção republicana poderia ser a de atrair os eleitores mais jovens, mulheres ou imigrantes, já que os apoiadores do partido são principalmente homens e brancos. Romney é vitorioso no voto masculino e Obama no feminino.  O recorte étnico também é bem definido, historicamente e cada vez mais, entre os dois partidos. E o país deixou de ser majoritariamente branco.

Mas vale lembrar que Obama não ganhou só porque é negro ou jovem, mas porque simbolizava uma mudança, que passava, claro, também pela economia. É bem verdade, que a crise não se aprofundou nos últimos quatro anos, mas Obama não foi capaz de trazer de volta os tão sonhados empregos e a prosperidade econômica. Avançou, mesmo que de forma tímida, na assistência social. O medicare, que proporciona alguma atenção médica a cidadãos antes desassistidos, é uma das marcas da gestão Obama. E é exatamente aí (mas não só) onde os republicanos prometem retroagir.

De um lado, a defesa do Estado mínimo, políticas ultraconservadores. Do outro, um Estado um pouco mais intervencionista, que não foi capaz de trazer a tão esperada mudança. Resta saber qual modelo vai convencer desta vez a nova cara, diga-se muito mais colorida, dos Estados Unidos.
 

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