Em Buenos Aires

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Era uma vez um bebê...

Quando saímos de Beagá e deixamos pra trás o quarto do Tomás e quase toda a parafernália de bebê, acho que, de certa forma, também decidimos deixar um bebê no Brasil e trazer um menino pra Buenos Aires. E, pelo visto, o Tomás está cumprindo o combinado.

Não sei se as crianças são assim mesmo, amadurecem da noite para o dia, ou se a nossa falta de superproteção e de zelo excessivo acabaram por forçar um amadurecimento mais precoce do Tomás. De qualquer forma, a minha maior preocupação sempre foi criar um filho forte e independete. Então, até aqui estamos indo bem.

A fase de adaptação às mudanças passou rápido e o Tomás parece curtir a vida nova tanto quanto a gente. Tem amigos na escola - já fica lá de meio-dia às 17h e no próximo ano vai ficar o dia todo- e é nosso companheirinho de todas as horas, de passeios no parque a visitas a museus (sim, ele adora ver exposições) e farras de carne e batata frita, com direito a sorvete de doce de leite de sobremesa.

Independente, quer fazer tudo sozinho, até comer. Toma banho de chuveiro. Escolhe o tênis que vai calçar e o DVD que quer assistir. Pede para mudar o canal da TV, para ver fotos dos avós e para falar com eles no computador. Não chora por quase nada. Organizado, ajuda a guardar os brinquedos. Quando troca a fralda, pega a suja e coloca no lixo. Se vê um sapato no meio da casa, vai correndo colocar no guarda-roupa.

Quase bilíngue. Quase porque ainda não fala tudo, mas entende tanto o português quanto o espanhol e obedece nas duas línguas. E mais que isso, compreende. Se explico que tal coisa não pode ser assim, ele aceita. Se digo que o papai viajou e só volta amanhã a noite, não pergunta por ele até que chegue a hora do retorno. E também já arrisca algumas palavrinhas na língua dos hermanos.

Além dos amiguinhos da escola, tem uma melhor amiga, a Lina - filha da minha ajudante peruana com um marroquino. Quando ela chega, é uma festa em casa. Os dois adoram a galinha pintadinha e são cúmplices nas travessuras.

Ontem, pela primeira vez, não tomou mamadeira de madrugada. Acho que era uma necessidade maior da minha parte que da dele. Eu dava enquanto ele dormia, porque o Tomás sempre comeu pouco e não ganhava muito peso. E confesso: era um momento muito nosso, quando eu ainda o sentia muito pequeno e desprotegido nos meus braços. Mas agora ele está comendo melhor e engordou quase um quilo nos últimos dois meses. Ou seja, é hora da mamãe ouvir os pediatras e ter coragem pra mudar o comportamneto. Se o Tomás amadurece, a mamãe também precisa amadurecer.

4 comentários:

  1. Lindo, Marina! Com uma mãe como você, Tomás já era do mundo antes de nascer. Bjs

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  2. ai q saudade desse fofo do Tomás e de dar uns apertões na bochechuda da Lina! Muito engraçada essa coisa de explicar e ele entender tudinho e aguardar o momento de perguntar. Apesar dessas aflições de mãe, o Tomás é ótimo, amiga!

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  3. Muito bem, amiga, sem culpa e com amor. Receita certa de meninos lindos

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