Em Buenos Aires

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Meu pequeno professor



Parece que foi ontem, mas já se passaram dois anos. Era uma quarta-feira, feriado de Tiradentes, aniversário de 50 anos de Brasília. Eu já sabia que podia ser a qualquer momento, mas nem imaginava como seria quando chegasse. O primeiro sinal chegou na hora do almoço.

Às 18h50, o Tomás nasceu. E na hora que eu olhei pro rostinho dele, aprendi a primeira lição: a do amor incondicional. Parecia que nos conheciámos há anos, séculos ou há várias vidas. Eu sabia que era ele e não poderia ser outro; nem mais gordo nem mais magro, nem mais branco nem mais moreno, nem maior nem menor. Tinha que ser exatemente como era.

A gente acha que tem filho pra ensinar. A viver, a comer, a sentar... Pra passar pra frente não só nossos genes, mas também nossa forma de ver a vida, referências, ideologias, valores. Mas não é nada disso. E rapidamente a gente entende que tem filho pra aprender.

O meu pequeno professor, meu menino que já tem dois anos, me ensina todos os dias. Na verdade, virou minha vida de cabeça pra baixo e mudou todos os meus conceitos. É ele quem decide o tempo e o ritmo da vida.

E segue me ensinando. Com ele, também aprendi que coisas que pareciam tão grandes e importantes não são tão grandes e importantes assim. Que o amanhã pode ficar pra amanhã. E o de agora é agora.

Meu pequeno é taurino, mas deve ter um ótimo ascendente, porque tem uma leveza e um gênio fácil que até disfarçam a teimosia. É muito decidido. Só come o que quer e quando quer. Pede pra ver Mickey na TV. Conta até dez em português, inglês e espanhol. E aprendeu sozinho, como quase tudo.

Um dia eu decidi ensiná-lo a andar. Ele fez que não aprendeu. Quando me dei por vencida, saiu andando pela casa com um soriso maroto. É a forma dele de fazer as coisas, porque adora me surpreender.

Sempre acorda de bom humor, com um sorriso que transforma qualquer dia em bom dia. E dorme segurando meu dedo. É independete e agora decidiu que já quer parar de usar fralda. E eu não tenho a menor ideia do que devo fazer...

Lembro sempre das palavras da minha médica, no dia de me dar alto do hospital. "Você acha que ama muito seu filho hoje? Pois vai ver como todos os dias vai amar um pouco mais", disse a sábia Dra. Iracema.

Obrigada Tomás por me ensinar a te amar mais todos dias e a ser uma pessoa muito melhor.



2 comentários:

  1. e pensar q nem vc acreditava q era um menino, e não um cisto! é ele te surpreendendo desde antes de nascer, assim como a fralda e os primeiros passos.
    vcs não planejaram, mas ele sim! Ele escolheu vcs, amiga. Mais uma vez, ou melhor, desde o início!
    ele quis nascer em Minas, e claro, não podia ser um dia qquer! tinha q ser em dia de herói nacional. afinal, com um temperamento desses... um dia qquer não caberia.
    parabéns a esse mineirinho arretado!
    saudades dessa família ímpar! bj

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  2. Nossa... que lindo! Até me deu vontade de ter um baby! rs Você é uma ótima aluna! ;-)

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