Em Buenos Aires

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Não se pode duvidar da força de um povo

Quem duvidava da força e do poder de transformação do povo árabe deve ter se surpreendido nos últimos dias. Primeiro, os tunísios derrubaram uma ditadura de 23 anos. Depois, foram os egípcios que colocaram um ponto final no governo de 30 anos de Mubarak.

Quando os protestos do Egito começaram, especulava-se que haveria uma virada islãmica, ou seja, a tão "temida" Irmandade Mulçumana acabaria tomando o poder. É uma dicotomia simplista que coloca de um lado ditaduras seculares e de outro radicais islâmicos usada por nós ocidentais para sustentar governos ditatoriais como o de Mubarak.

Não foi bem o que aconteceu. E, ao contrário, do que se podia esperar, os egípcios não desmobilizaram, não cederam às promessas de aumento nem à repressão. Ao final, ainda deram um exemplo de cidadania limpando as ruas.

Eu que sempre sou otimista continuo acreditando numa transição democrática. Os militares não ousariam contrariar a vontade do povo (acho).

Agora novos protestos eclodem ou continuam na Líbia, Iêmen, Bahrein, Marrocos. É a voz do povo árabe gritando para ser ouvida. É o esforço de um povo para ser protagonista da sua história sem interferências externas para decidir por este ou aquele regime.

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